Sou Joaquim, casado com uma mulher influente na política e rica. Cuido da administração da casa e das tarefas domésticas. Estou sempre cheirando a algum animal por preparar as refeições, minhas mãos são secas por lavar a louça, minhas costas doem de tanto varrer, mas sou muito grato por tudo que Ana me oferece. Eu poderia ter um criado se quisesse, mas cuido de tudo para impressioná-la.
Há pouco tempo tivemos um filho, Luiz. Está sendo difícil controlar meus hormônios, pois estou exausto de cuidar dele. Além disso, Ana está mais agressiva. Outro dia ela me deu um tapa na cara quando a neguei o coito. Tive que segurar minhas lágrimas. Eu a amo e quero satisfazê-la, mas sinto vergonha de meu corpo. Esse é meu maior problema.
Sempre andei com vestidos longos que cobrissem todo o meu corpo. Para conceber Luiz foi no quarto escuro, com a camisola longa. Agora a moda carioca é usar vestidos até o joelho, mas eu não consigo, sou um rapaz de família, pra mim isso é vulgar. Entretanto, cada vez mais Ana insiste que eu os use, ela diz que gosta de ver minhas pernas grossas e definidas.
Meu medo era que Ana bucasse por um homem que atendesse às suas exigências de trajes. Certo dia vi Ana conversando com um homem de saias curtas. Pelo jeito como ele enrubescia e enrolava o cabelo nos dedos, suponho que ela o galanteava. Após uma semana ela me contou que estava tendo relações com outro, mas que não me abandonaria e sustentaria eu e meu filho.
Até hoje choro ao pensar em como minha família foi destruída por um prostituto. Eu e Ana dormimos em quartos separados, e nossos olhos nunca se encontram. Ando usando esses vestidos curtíssimos, mas não desperto atração nela. Até quando nós homens seremos humilhados dessa forma pelas mulheres?
