quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Hey, teacher

                 A grande influência que os professores exercem sobre os alunos é amplamente perceptível na sala de aula. Em uma sala com quarenta alunos, o professor sabe que sempre haverá aqueles para defendê-lo diante da turma nas situações mais adversas. Até certo ponto é uma relação saudável o aluno tentar agradar ao professor e refletir-se nele, pois afinal, grande parte do conhecimento que este etá adquirindo é passado pelo seu professor, e muitas vezes com o “toque pessoal” dele.
                Os professores sabem muito bem da sua capacidade de intervir na forma de pensar dos estudantes. Cabe a este saber manipular bem esse poder a favor dos alunos, estimulando-os a obter melhores resultados.
                Contudo, alguns professores usam desse instrumento ao seu favor. São poucos, mas quando ocorre é nítida essa manipulação. Por mais que os alunos estejam em um processo de desenvolvimento e formação de valores, muitos são maturos o suficiente para perceber que o orientador é capaz de modificar o comportamento dos estudantes com uma mente mais fraca.
                Um exemplo aconteceu na minha sala de aula outro dia. Um professor que se faz de muito próximo dos alunos, “puxando o saco” de alguns, contou uma história cruel e ficou rindo. Ele disse para a turma que havia atropelado um cachorro por não ter mais opção visto que se freasse bateria de carro. Aceitável. O problema foi que ele começou a rir muito, a ponto de não conseguir contar o motivo pelo qual estava rindo. Nisso, aqueles alunos com a mente mais fraca que idealizam o professor começaram a rir sem nem mesmo saber do que se tratava. Até que ele informou: estava lembrando a cena do cachorro deslizando no asfalto.
                Ora, os alunos cabeça-fraca tinham que manter sua dignidade, afinal eles são os “superiores” da sala, aqueles “amigões” dos professores. Enquanto aqueles que tinham a noção de que aquilo era uma crueldade sem tamanho criticavam, eles defendiam seu ponto de que o professor tá certo, “tem mais é que rir mesmo”. O professor também defendia seu ponto, aproveitando o apoio que tinha de seus queridíssimos alunos.
                Conclusão: o professor só disse o que ocorreu rindo porque conhece seu poder de manipulação. Porque sabe que não ficaria rindo sozinho. Paremos para pensar: se fosse na sala dos professores, seria que ele contaria isso dessa maneira? E se fosse para o seu filho? Ele estaria rindo? Estaria arriscando a presenciar a cena do seu filho chegando em casa e contando que botou fogo em um cachorro, rindo da forma sádica como ele riu? Não, não seria o mesmo. Mas ele o fez em sala, pois afinal, sabia que seu desejo de atenção seria suprido e afinal não eram os seus filhos.

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